sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Obrigado!

Em nossa última postagem de 2010 gostaria de agradecer.

Agradeço a todos que direto ou indiretamente contribuíram para este blog. Alguns textos são novos outros velhos, outros são de alguma época em que falar de química é (e será) agradável. As críticas são sempre para melhorar, e com elas posso continuar a aprender. Agradeço aos que foram referência para mim, dos quais copio e colo (o que é bom deve ser propagado), sabendo que devo ter cuidado com esta ação, aqueles que falam e causam em mim uma incomoda busca por respostas. Percebendo que a Internet tem muitos textos e que muitos deles as vezes são extraídos de livros, artigos, periódicos, etc. (com ou sem referências) e que as vezes esqueço de mencionar quem falou (um dia acabo processado, rsrsrsr). Aos outros blogs (sites, twitter, comunidades, etc.) que também são fontes para este simplório local de comunicação e aprendizagem. Contudo agradeço pelas 14722 visitas em pouco mais de dois anos (primeiro post em outubro de 2008), agradeço as correções (é isto que faz a ciência caminhar). Comentem, critiquem, façam 2011 um ano especial (O ano Internacional da Química).

Espero ter contribuído de alguma forma com o entendimento Químico...

Aqui eu sou apenas mais um que se identifica com a química e com as "Coisas da Química"...

Agradeço a todos.

Feliz ano novo e 2011 tem mais!!!

domingo, 19 de dezembro de 2010

O que é o efeito doppler???

Antes de responder esta pergunta, confira o link deste vídeo que auxiliará no entendimento para o efeito Doppler.

http://www.youtube.com/watch?v=5F0YWabT7Q4

Quando a fonte sonora se desloca a uma velocidade relativamente grande, pelo menos uns 10% da velocidade do som, as frentes de onda que se aproximam são comprimidas e o som parece mais agudo, enquanto elas se rarefazem quando a fonte do som se afasta. Este fenômeno foi chamado de efeito Doppler.

Espero ter ajudado...

Até mais...

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Alguma dúvida? Pergunte-me!!!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Professor ou Educador?

Todo ano repete-se a mesma história, 15 de outubro é o dia do professor!
Mas o que muda a cada ano? O que há de diferente em cada 15 de outubro? Todo professor é, por função, Educador?

Diferente dos outros anos, falarei um pouco do Professor-Educador.

Para Paulo Freire, a experiência educativa deve manter seu caráter formador, pois, sem ele, o ensino do conteúdo e o treinamento técnico não são suficientes para o desenvolvimento moral dos educandos. Ele entende que educar é fundamentalmente formar, e essa formação supõe o exercício ético, apoiado em princípios e que critique permanentemente os desvios fáceis por que somos tentados às vezes ou quase sempre.
A esperança, para o professor, não é algo vazio, de quem "espera" acontecer. Ao contrário, a esperança, para o professor, encontra sentido na sua própria profissão, a de transformar e construir pessoas e alimentar a esperança delas para que consigam, por sua vez, construir uma realidade diferente.

Nas palavras de Rubem Alves: "Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma, continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais..." (Rubem Alves, em carta enviada a alguns amigos no final de 2001). Paulo Freire em seu último livro (pedagogia da Autonomia), trabalha principalmente a ética e a estética do ser professor: o que ele deve saber para ser professor, como ele deve ser para ser professor. Em suas palavras "Se estivesse claro para nós que foi aprendendo que aprendemos ser possível ensinar, teríamos entendido com facilidade a importância das experiências informais nas ruas, nas praças, no trabalho, nas salas de aula das escolas, nos pátios dos recreios, em que variados gestos de alunos, de pessoa administrativo, de pessoal docente se cruzam cheios de significação".

Em Pedagogia dos Sonhos Possíveis, Freire demonstra o seu cuidado com o trabalho da docência: "É necessário que o professor entenda que a prática autêntica do educador reside no fato de que o educador se recusa a assumir o controle da vida, dos sonhos e das aspirações dos educandos, já que, fazendo isso, poderia, com muita facilidade, recair num tipo de educação paternalista (2006, p.18)". Em outro livro seu, Educação e Mudança, Freire refere-se ao diálogo: "E o que é o diálogo? É uma relação horizontal de A com B. Nasce de uma matriz crítica e gera criticidade. Nutre-se de amor, de humanidade, de esperança, de fé, de confiança. Por isso, somente o diálogo comunica. E, quando os dois polos do diálogo se ligam assim, com amor, com esperança, com fé no próximo, fazem-se críticos na procura de algo, e se produz uma relação de empatia entre ambos. (1994, p.69) ". Segundo Freire (1996, p.47), é preciso "Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção".

Rubem Alves introduziu uma intrigante distinção entre ser professor e ser educador: Com o advento do utilitarismo, a pessoa passou a ser definida pela sua produção; a identidade é engolida. E conclui mais à frente: Talvez um professor seja um funcionário das instituições... O educador, ao contrário, é um fundador de mundos, mediador de esperanças, pastor de projetos. Não sei como prepara o educador. Talvez isso não seja nem necessário nem possível... É necessário acordá-lo. E aí aprenderemos que educadores não se extinguiram como tropeiros e caixeiros (Brandão, 1982, p.16).

Feliz Professor que tem o seu dia...

...Todos os dias [são dos professores] para contribuir em uma sociedade mais justa, em pessoas mais generosas, em um mundo com menor desigualdade.

...Todos os dias [são dos professores] em que tornam-se formadores de opiniões, para qualquer área de atuação, se não houver o professor não há o profissional...

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Referências:

Freire, P. Educação e Mudança. São Paulo: Paz e Terra, 1994.
______. Pedagogia da Autonomia.: Saberes Necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
______. Pedagogia dos Sonhos Possíveis. São Paulo: Unesp, 2001. Organizado por Ana Maria Araújo Freire.
Brandão, C. R. O Educador: vida e morte - escritos sobre uma espécie em perigo. São Paulo: Brasiliense, 1982.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Educação on-line, EAD, E-learning, b-learning

Educação on-line, educação à distância e e-learning são termos usuais da área, porém não são congruentes entre si. Educação a distância é assim denominada devido à noção de distância física entre o aluno e o professor, podendo realizar-se pelo uso de diferentes meios (correspondência postal ou eletrônica, rádio, televisão, telefone, fax, computador, Internet etc.) e técnicas que possibilitem a comunicação.

Educação on-line: é uma modalidade de educação a distância realizada via internet, cuja comunicação ocorre de forma síncrona ou assíncrona. Tanto pode utilizar a internet para distribuir rapidamente as informações como pode fazer uso da interatividade propiciada pela internet para concretizar a interação entre as pessoas, cuja comunicação pode se dar de acordo com distintas modalidades comunicativas, a saber:

=> Comunicação um-a-um, ou dito de outra forma, comunicação entre uma e outra pessoa, como é o caso da comunicação via email que até pode ter uma mensagem enviada para muitas pessoas desde que exista uma lista específica para tal fim, mas sua concepção é a mesma da correspondência tradicional, portanto existe uma pessoa que remete a informação e outra que a recebe.

=> Comunicação de um para muitos, ou seja, de uma pessoa para muitas pessoas, como ocorre no uso de fóruns de discussão, nos quais existe um mediador e todos que têm acesso ao fórum, enxergam as intervenções e fazem suas colocações;

=> Comunicação de muitas pessoas para muitas pessoas, ou comunicação estelar, que pode ocorrer na construção colaborativa de um site ou na criação de um grupo virtual, como é o caso das comunidades colaborativas em que todos participam da criação e desenvolvimento da própria comunidade.

O e-Learning: é uma modalidade de educação a distância com suporte na internet que se desenvolveu a partir das necessidades de empresas relacionadas com o treinamento de seus funcionários, cujas práticas estão centradas na seleção, organização e disponibilização de recursos didáticos hipermidiáticos. Porém, devido ao descaso para com o aproveitamento do potencial de interatividade das TIC na criação de condições que concretizem a interação entre as pessoas, a troca de experiências e informações, a resolução de problemas, a análise colaborativa de cenários e os estudos de casos específicos, profissionais envolvidos com o e-learning vêm denunciando a falta de interação entre as pessoas como fator de desmotivação, de altos índices de desistência e baixa produtividade. Assim, e-Learning originado no treinamento corporativo segundo a perspectiva de treinamento, começa a incorporar práticas voltadas ao desenvolvimento de competências por meio da interação e colaboração entre os aprendizes. Considerado no momento a solução para superar as dificuldades de tempo, deslocamento e espaço físico que comporte muitas pessoas reunidas, o e-Learning está sendo apontado como a tendência atual de treinamento, aprendizagem e formação continuada no setor empresarial.

O termo blended-learning1 tem sido empregado para indicar a capacidade de um mesmo sistema integrar diferentes tecnologias e metodologias de aprendizagem com o intuito de atender às necessidades e possibilidades das organizações e às condições dos alunos, visando potencializar a aprendizagem e o alcance dos objetivos. Também denominado e-Learning híbrido, diz respeito à atividades que podem englobar autoformação assíncrona, interações síncronas em ambientes virtuais, encontros ou aulas e conferências presenciais, outras dinâmicas usuais de aprendizagem e diversos meios de suporte à formação, tanto digitais como outros mais convencionais.


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1. O termo blended em Inglês significa mistura, ou seja, uma combinação com o objetivo de atingir melhores resultados.

* Sugestões ou correções: quimicadobruno@gmail.com

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Transmissão Química de dados

As informações nos dias de hoje são transmitidas usando os elétrons. Cientistas acreditam que no futuro os dados viajem codificados em fótons. Mas estas não são as únicas alternativas: as informações também podem ser transmitidas por meio de reações químicas. Ou por uma combinação de algumas dessas técnicas.

Cientistas desenvolveram um conceito que permite a transmissão de informações alfanuméricas na forma de pulsos de luz - mas luz gerada por fogo, sem a necessidade de eletricidade. Chamada de "infofusível, a descoberta torna possível desenvolver sistemas de informação e processamento que operem em condições nas quais os eletrônicos e as baterias não funcionam.

O material básico do infofusível é uma fita de nitrocelulose na qual são construídos padrões de pontos feitos com sais de lítio, césio e rubídio. Ao colocar fogo na fita, a chama viaja queimando os pontos um após o outro - daí o nome infofusível, já que cada fusível deve literalmente queimar-se para transmitir a informação. O calor faz com que os elementos químicos de cada ponto emitam luz em comprimentos de onda característicos, permitindo que sejam captados à distância por uma câmera ou por um espectrômetro, mesmo durante o dia. Como os pontos podem conter combinações de três sais diferentes, geram-se sete combinações possíveis de "bits químicos". Uma combinação de dois pontos eleva essas possibilidades para 49 variações (7 x 7), e assim por diante.

Existem alguns problemas com os infofusíveis são encontrados para que essa tecnologia funcione na prática

1) A chama tendia a se extinguir antes de queimar todos os fusíveis e transmitir todas as informações.

2) O fogo percorre a fita rápido demais. "Seria necessário um infofusível de 2,6 km para transmitir dados por 24 horas," explica um dos pesquisadores. Isso acontece porque as fitas de nitrocelulose queimam-se a uma taxa de vários centímetros por segundo.

O primeiro caso foi resolvido usando um substrato de fibra de vidro, que não conduz calor de forma tão eficiente. Já o segundo a solução veio na forma de um arranjo de infofusíveis com velocidades de queima diferentes, o que reduziu a velocidade de queima para algo entre 1 e 2 metros por segundo, dependendo do comprimento de cada seção.

Os cientistas acreditam que seja possível desenvolver um sistema não-elétrico e portátil de transmissão de informações que possa ser integrado com qualquer tecnologia moderna de informação.


Bibliografia:

Long-Duration Transmission of Information with Infofuses
Choongik Kim, Samuel W. Thomas III, George M. Whitesides
Angewandte Chemie International Edition
June 17, 2010
Vol.: 49, 4571-4575
DOI: 10.1002/anie.201001582

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Ligações Químicas - Parte II

Teoria da Repulsão dos Pares de Elétrons (VSEPR)

Em 1950, os químicos Ronald J. Gillespie (1924-), canadense, e Ronald Sydney Nyholm (1917-1971), australiano, propuseram um modelo denominado Teoria da Repulsão entre os Pares de Elétrons da Camada de Valência (Valence Shell Electron Pair Repulsion Theory – VSEPR), que permite prever a geometria molecular. Segundo essa teoria, os elétrons da camada de valência são distribuídos, aos pares, ao redor do átomo, como se estivessem em uma esfera, afastados o máximo possível, para diminuir a repulsão. Os elétrons que participam da ligação covalente são denominados ligantes; os que não participam da ligação são os não ligantes. O átomo que se une a outros é denominado átomo central.

Essa teoria se baseia em um simples argumento de que os grupos de elétrons se repelem uns com os outros e a forma adotada pela molécula será aquela em que a repulsão dos grupos eletrônicos seja mínimo. Para prevermos a geometria de uma molécula, necessitamos conhecer somente quantos pares de elétrons estão associados ao átomo central para o qual devemos escrever a fórmula de Lewis da molécula.

É importante recordar que a geometria molecular estará determinada pela distribuição espacial dos pares de elétrons das ligações presentes e também pelos pares não-ligantes que estiverem em torno do átomo central, pois exercerão repulsão sobre as ligações, alterando o ângulo das mesmas.

Em resumo, segue o que descreve a teoria de Gillespie:

1. A estrutura das moléculas é determinada pelas repulsões entre todos os pares de elétrons presentes na camada de valência;

2. Um par isolado de elétrons ocupa mais espaço em torno do átomo central do que um par de elétrons ligante, já que o par isolado é atraído por apenas e o par ligante é atraído por dois núcleos. Pode-se inferir que a repulsão entre dois pares isolados é maior que a repulsão de um par isolado e um par de elétrons ligantes, que por sua vez é maior que a repulsão entre dois pares de elétrons ligantes. Assim a presença de pares de elétrons isolados provoca distorções nos ângulos de ligação da molécula. Se o ângulo entre o par isolado no átomo central e um par ligante aumentar, os ângulos de ligação observados entre os átomos deve diminuir.

3. A magnitude das repulsões entre os pares de elétrons ligantes depende da diferença de eletronegatividades entre o átomo central e os demais átomos.

4. Ligações duplas repelem-se mais intensamente que ligações simples, e ligações triplas provocam maior repulsão do que ligações duplas.

A partir da teoria VSEPR podemos prever a forma da molécula, mas nada sabemos a respeito de suas propriedades e como são formadas!

Teoria das Ligações de Valência - TLV

A teoria da ligação de valência (TLV) foi desenvolvida em 1927 por Heitler e London como uma interpretação da teoria de Lewis sob o ponto de vista da mecânica quântica, ou seja, ela descreve a formação de pares de elétrons de valência compartilhados através dos orbitais atômicos, sem que ocorra, no entanto perda das características individuais destes.

Para exemplificar a TLV, pode-se considerar a formação da molécula de hidrogênio, conforme ilustrado no quadro abaixo. Dois átomos que possuem um orbital com um elétron desemparelhado, aproximam-se até que ocorra uma sobreposição, ou interpenetração, destes orbitais. Então, é gerada uma região entre os núcleos na qual a densidade de probabilidade de encontrar-se os elétrons é muito alta. Desta maneira, os dois elétrons passam a ocupar simultaneamente os dois orbitais atômicos. Nota-se que existem apenas dois elétrons e não quatro. Estes dois elétrons estão nos dois orbitais ao mesmo tempo.

Pode também ocorrer ligações envolvendo outros tipos de orbitais, como por exemplo, na molécula do flúor (F2). Neste caso, o orbital que possui um elétron desemparelhado, e, portanto o que participará da ligação, é o 2pz . Como no caso anterior, irá ocorrer a interpenetração destes orbitais formando uma região de alta densidade eletrônica entre os núcleos.

Já na molécula do ácido fluorídrico (HF), ocorre a sobreposição do orbital s do hidrogênio e o pz do flúor. Neste caso também irá ocorrer a formação de uma região de alta densidade eletrônica entre os núcleos.

Em moléculas como a do oxigênio (O2), existe a necessidade de ocorrerem duas ligações, como poderá ser facilmente visualizado utilizando as estruturas de Lewis. Neste caso, irá ocorrer primeiro uma sobreposição de orbitais que se aproximam frontalmente, com os eixos alinhados, como ilustrado abaixo.

Portanto, como nos casos anteriores, será gerada uma região de alta densidade eletrônica entre os núcleos. A segunda ligação ocorre então pela sobreposição de dois orbitais que se aproximam paralelamente, gerando duas regiões de alta densidade eletrônica, acima e abaixo do eixo de ligação.

Em moléculas como a do nitrogênio (N2) serão necessárias 3 ligações: uma frontal (envolvendo os orbitais px dos dois átomos) e duas laterais (com os orbitais py e pz ). É importante notar que, como neste caso, todas as moléculas que envolvem ligações múltiplas entre dois núcleos, apenas a primeira será frontal.

Teoria dos Orbitais Moleculares – TOM

A teoria dos orbitais moleculares (T.O.M.) foi desenvolvida por Hückel e Mulliken e surgiu como alternativa a T.L.V. Neste modelo, considera-se que após a aproximação dos núcleos atômicos e sobreposição dos orbitais atômicos (OA), estes se combinam levando a formação de orbitais moleculares (OM). Desta maneira, os OAs originais desaparecem.

Considera-se que dois OAs, com energias semelhantes e com possibilidade de realizarem uma sobreposição efetiva, se combinam formando dois OMs. O cálculo para esta operação pode ser feito pela mecânica quântica, utilizando as funções de onda que descrevem os elétrons 1 e 2 em torno aos núcleos A e B. Para este cálculo são possíveis duas soluções, conforme as equações abaixo.

Ѱs = ѰA(1).ѰB(2) + ѰA (2).ѰB(1)

Ѱa = ѰA(1).ѰB(2) - ѰA (2).ѰB(1)

A primeira equação Ѱs) representa uma possibilidade simétrica de combinação e leva a formação de um OM com densidade eletrônica entre os dois núcleos, contribuindo então efetivamente para a ligação entre os átomos. Desta maneira, este OM é chamado de orbital ligante. Já a segunda Ѱa) constitui a probabilidade antissimétrica, originando um OM que não inclui a região entre os núcleos, tendo-se então um orbital de antiligação, ou simplesmente antiligante.

Para Melhor visulaização deste processo, considere-se a formação da molécula de H2, conforme ilustrado abaixo. A sobreposição dos dois OAs 1s e posterior combinação leva a formação de 2 OMs, um ligante e outro antiligante. Como a aproximação é lateral, estes OMs são chamados simplesmente de σ(ligante) e σ* (antiligante). Note-se que em termos de energia, o OM σ é mais estável que os OAs originais, o contrário do σ*.

Para a construção de OM, considera-se primeiramente que os OAs estejam vazios. Faz-se a combinação destes formando os OMs ligantes e antiligantes. Os elétrons são então distribuídos nos OMs seguindo as regras de Hund e Pauli.

Na figura abaixo aparece o diagrama de orbitais moleculares para moléculas diatômicas homonucleares formadas com átomos do primeiro ou segundo período.

Após a distribuição de todos os elétrons, pode-se calcular a ordem de ligação para a molécula. Para tal, basta diminuir do número total de elétrons que ocupam orbitais ligantes a quantidade de elétrons que ocupam aqueles antiligantes e dividir a cifra obtida por dois. O número obtido representa então a quantidade de ligações entre os dois átomos.

domingo, 1 de agosto de 2010

Ligações Químicas - Parte I

A combinação de átomos de cerca de noventa elementos químicos permite formar milhares de substâncias. Como esses átomos se unem? O que os mantém juntos, ou seja, o que garante a estabilidade da união entre eles?

Um pouco de história...

Diversos modelos têm sido desenvolvidos para esclarecer tais dúvidas. Umas das primeiras tentativas de explicar como os átomos se unem para formar as substâncias foi apresentada por Torbern Olof Bergman (1735-1784), cientista suíço, e Marcelin Berthellot (1827-1907), químico francês. Eles relacionaram a tendência de os átomos se ligarem com as forças gravitacionais, ou seja, com a atração provocada pelas massas dos átomos. Por essa lógica, os átomos maiores exerceriam maior atração do que os menores, efetuando ligações mais estáveis. No entanto não é isso que acontece na prática. Outros modelos foram desenvolvidos, alguns foram esquecidos e outros, embora incorretos, são usados para explicar alguns processos químicos básicos.

Estabilidade pra quê?

A busca da estabilidade é constante, seja financeira, emocional ou qualquer outra. Segundo os estudos do químico americano Gilbert Newton Lewis (1875-1946), até os átomos também tendem a estados de maior estabilidade. Lewis, que foi para a Universidade de Harvard aos 17 anos e aos 24 concluiu o doutorado, observou que os átomos dos elementos químicos do grupo dos gases nobres são encontrados isolados, sem fazer ligações químicas. Como hipótese, passou a considerar que a configuração eletrônica desses átomos confere um equilíbrio de forças capaz de lhes dar estabilidade, a mesma que os átomos dos demais elementos tendem a adquirir.

Teoria do Octeto

A base para a teoria eletrônica das ligações estava sendo estabelecida, segundo a qual os átomos dos elementos químicos estabelecem ligações químicas para adquirir configurações eletrônicas semelhantes às dos átomos dos gases nobres mais próximos a eles na tabela periódica. Isso significa que os átomos, ao estabelecer ligações químicas, ficam com oito elétrons na sua última camada eletrônica, como acontece com os gases nobres, com exceção do hélio. A teoria do octeto não explicou o motivo da estabilidade dos átomos, mas identificou uma regularidade, observada na época em suas configurações eletrônicas quando fazem ligações químicas.

Lewis afirmava que os átomos tendem a ganhar, perder ou compartilhar elétrons até que eles estejam circundados por oito elétrons de valência.

Ligação Iônica

Uma ligação iônica é consequência da atração eletrostática entre íons com cargas opostas. Isto significa que é necessário entender as mudanças de energia que acompanham a formação dos íons e as interações entre eles. Um ponto importante é que um sólido iônico não se mantém junto por ligações entre pares específicos de íons: todos os cátions interagem mais ou menos com todos os ânions, todos os cátions repelem-se uns aos outros e todos os ânions repelem-se uns aos outros. Uma ligação iônica é uma característica do cristal como um todo, e o abaixamento líquido de energia leva em conta todo o cristal. Um sólido iônico é um conjunto de cátions e Ânions empacotados em um arranjo regular.

No caso do cloreto de sódio, os íons sódio alternam-se com íons cloreto, e um grande número de íons de cargas opostas se alinham nas três dimensões.



A energia necessária para a formação de ligações iônicas é fornecida, em sua maior parte, pela atração coulômbica entre íons de cargas opostas. O modelo iônico é uma boa descrição entre não-metais e metais (Ametal + Metal), particularmente no caso dos metais do bloco s.

O termo ligação iônica refere-se às forças eletrostáticas que existem entre íons de cargas de sinais contrários. Podemos definir como a união entre átomos, depois que um átomo transfere definitivamente um, dois ou mais elétrons a outro átomo. Os íons devem ser formados a partir de átomos pela transferência de um ou mais elétron de um átomo para outro.

As propriedades dos compostos iônicos são: apresentam-se como sólidos Cristalinos; apresentam altos pontos de fusão e ebulição; são bons condutores de corrente elétrica quando fundidos ou em meio aquoso; Possuem alta solubilidade em água.

Ligação Covalente

Como os não metais não formam cátions monoatômicos, a natureza das ligações entre átomos de não-metais desconcertou os cientistas até 1916, quanto Lewis encontrou uma explicação. Com intuição brilhante, e antes do desenvolvimento da mecânica quântica ou do conceito de orbitais, Lewis propôs que uma ligação covalente é um par de elétrons compartilhados por dois átomos. Para Lewis um par de elétrons é compartilhado por dois átomos, isto é, os elétrons interagem com os dois núcleos.

A ligação covalente resulta do compartilhamento de elétrons entre dois átomos. Os exemplos mais familiares de ligação covalente são vistos nas interações entre elementos não-metálicos.

Tipos de ligações

As ligações podem ser simples ou Sigma (σ), Pi (π ) e Coordenada (Dativa). A Ligação Sigma (σ): Entre dois átomos só pode haver uma ligação Sigma, pois entre dois núcleos só existe um eixo internuclear. Ex: H2 ( s − s ) Cl2 ( p – p ). As ligações sigma permitem livre rotação, um átomo pode girar independentemente em relação ao outro. A ligação mais estável é axial, ou seja, ocorre no outro eixo intermolecular. É uma ligação forte. Exemplos: HCl; H2O; F2; NH3.

Ligações Múltiplas – Ligação Pi (π): São laterais, só podem ocorrer entre orbitais “p” que estejam perpendiculares ao eixo sigma e paralelas entre si. Ex: O2; N2; CO2; HCN. Ligação Covalente Coordenada: Quando apenas um dos átomos contribui com os dois elétrons para a formação do par eletrônico. (Par eletrônico formado por elétrons de um só átomo). Na ligação covalente coordenada – antigamente essa ligação era chamada de dativa e era representada por uma seta (→), mas essa nomenclatura e representação estão em desuso – o átomo que se estabiliza primeiro fornecerá pares eletrônicos até estabilizar os demais. Este tipo de ligação ocorre, por exemplo, nas moléculas: SO2; SO3; H2SO4; H3PO4.

Ligação metálica

As ligações metálicas são encontradas em metais como cobre, ferro e alumínio. Nesses metais cada átomo está ligado a vários átomos vizinhos. Os elétrons ligantes estão relativamente livres para mover-se pela estrutura tridimensional do metal. As ligações metálicas dão origem a tais propriedades metálicas como altas condutividades elétricas e brilho.

Propriedades dos metais: Brilho metálico; Condutividade térmica e elétrica elevadas; Densidade elevada; Pontos de fusão e ebulição elevados; Maleáveis (podem formar chapas); Dúcteis (podem se transformar em fios); Podem ser moldados; São condutores de eletricidade – inclusive no estado líquido.

Obs.: Uma liga metálica é um material que contém mais de um elemento e tem propriedades características dos metais.


Continuação...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

A Web 2.0 no Ensino de Química: Podcasting, Blogs, Twitters e Mobile-Learning

Minicurso concluído, abaixo segue os links das apresentações do Minicurso: A Web 2.0 no Ensino de Química: Podcasting, Blogs, Twitters e Mobile-Learning, no XV Eneq realizado em Brasília.

Agradecemos a todos que participaram do Minicurso.

No Scribd:



No SlideShare:

Dia 02: Bruno Leite || Marcelo Leão

No Google Docs:


quinta-feira, 22 de julho de 2010

Ferramentas de Redes Sociais

Redes Sociais White Label

Redes sociais White Label oferecem uma estrutura para as empresas ou pessoas que desejam construir uma comunidade on-line adaptadas aos seus gostos e necessidades. As plataformas estão sendo usadas para tudo, desde marketing, branding e até desenvolvimento de produtos ou para uso interno em empresas.

Ning
GoingOn Community Platform
BuddyPress
Elgg.org
Boonex Dolphin
SocialGo
Crowdvine
KickApps
Snapville
Cisco’s Eos Platform

Blog

Site cuja estrutura permite a atualização rápida a partir de acréscimos dos chamados artigos, ou “posts”. Estes são, em geral, organizados de forma cronológica inversa, tendo como foco a temática proposta do blog, podendo ser escritos por um número variável de pessoas, de acordo com a política do blog.

WordPress.com
WordPress.org
WordPress MU
b2evolution
Blogger
Typepad
Vox
Moveable Type.com
Moveable Type.org
LiveJournal
Posterous
Serendipity

Ferramentas para comentários em blogs

Ferramentas que permitem a integração de blogs com outras mídias sociais, tais como outros blogs, redes sociais, microblogs, redes de comparilhamento e demais serviços.

Intense debate
Halo scan
Disqus
Js-kit
CommentLuv
Subscribe to Comments

Microblogging

Micro-blogging é uma forma de publicação de blog que permite aos usuários que façam atualizações breves de texto (geralmente com menos de 200 caracteres) e publicá-las para que sejam vistas publicamente ou apenas por um grupo restrito escolhido pelo usuário. Estes textos podem ser enviados por uma diversidade de meios tais como SMS, mensageiro instantâneo, e-mail, mp3 ou pela web.

Tumbler
Jaiku
TweetDeck
HootSuite
TweetStats
Seesmic
Twitterrific
Group Tweet
Friend or Follow
TwitPic
Tweet Backup

Encurtadores de URL’s

Encurtamento de URL é uma técnica na World Wide Web onde um provedor torna um site disponível com um URL muito curto, em adição ao endereço original. Por exemplo, a página http://en.wikipedia.org/w/index.php?title=TinyURL&diff=283621022&oldid=283308287 pode ser encurtada para http://tinyurl.com/mmw6lb.

Bit.ly
TinyURL
Cli.gs
Is.gd
doiop.com
SnipURL.com

Plataformas para Fóruns

Fórum de discussão é uma ferramenta para páginas de Internet destinada a promover debates através de mensagens publicadas abordando uma mesma questão.[1] Também é chamado de “comunidade” ou “board”.

vBulletin
PHPBB
Simple Machines Forum (SMF)
Vanilla Forums
MyBB
Invision Power Board
bbPress

Social Bookmarking / Sharing

O Social Bookmarking, resumidamente, é um sistema de bookmarks (também conhecido como favoritos ou marcadores) online, público e gratuito, que tem por finalidade disponibilizar seus favoritos na internet para o seu fácil acesso e para compartilhar com os usuários deste tipo de serviço. Pode ser classificado como parte do conceito que é chamado de Web 2.0.

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Compartilhamento de vídeos, fotos, documentos

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Colaboração

Zoho
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BaseCamp
WriteBoard
ReviewBasic

Podcasting

Podcasting é uma forma de publicação de arquivos de mídia digital (áudio, vídeo, foto, PPS, etc…) pela Internet, através de um feed RSS, que permite aos utilizadores acompanhar a sua atualização. Com isso, é possível o acompanhamento e/ou download automático do conteúdo de um podcast.

PodBean
BlogTalkRadio
Audacity
Podomatic
gengibre

Wikis

Uma Web Wiki permite que os documentos sejam editados colectivamente com uma linguagem de marcação muito simples e eficaz, através da utilização de um navegador web. Dado que a grande maioria dos wikis são baseados na web, o termo wiki é normalmente suficiente. Uma única página num wiki é referida como uma “única página”, enquanto o conjunto total de páginas, que estão normalmente altamente interligadas, chama-se ‘o wiki’.

MediaWiki
Confluence
TWiki
BrainKeeper

Aprendizagem Social

Moodle
Blackboard
Articulate e-Learning Software
Joomla Learning Management System (LMS)

Pesquisa

Technorati
Google Blog Search
Google Alerts
Yahoo! Alerts
Bing’s Social Search
SocialMention.com
Google Social Search
SocialSearch.com SearchWiki

Monitoramento e métricas

Twitalyzer
Feedburner – Track RSS subscriber stats.
PostRank
Omniture Site Catalyst
Performancing Blog Metrics
Google Analytics
Compete
Alexa


*Postado primeiro em: http://migre.me/XrJU

quarta-feira, 21 de julho de 2010

ENEQ 2010

Começou hoje o XV Encontro Nacional de Ensino de Química (ENEQ). O ENEQ é um evento bianual organizado pela Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química – SBQ desde 1982, e que até 1992 foi realizado em conjunto com a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. A partir da sua edição em 1994 um grande avanço se deu em termos de qualidade da pesquisa na área com a criação da Revista Química Nova na Escola, consolidando a área de Ensino de Química no país e que em 2006 comemorou 25 anos de congregação dos educadores químicos no Brasil.

Este é o principal e mais tradicional evento na área da educação em química realizado no Brasil e articulado em torno dos seguintes objetivos:

O Encontro Nacional de Ensino de Química (ENEQ) é um evento bianual organizado pela Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química – ED/SBQ.

O I ENEQ foi realizado no Instituto de Química da Unicamp, em 1982.

Para se ter ideia da relevância desses Encontros, a Revista Química Nova na Escola – QNEsc – foi proposta em julho de 1994, durante o VII ENEQ, na UFMG. Dirigida a professores dos ensinos médio e fundamental, a cursos de licenciatura e a programas de formação continuada de professores de Química/Ciências, representou mais um significativo passo dado para o fortalecimento da comunidade de pesquisadores em Ensino de Química do nosso país. Comunidade que, em 2006, com a realização do XIII ENEQ, na Unicamp, comemorou 25 anos de congregação em torno do ideal de educar por meio da Química.

O ENEQ é o principal e mais tradicional evento na Área de Pesquisa em Ensino de Química realizado no Brasil e articula-se em torno dos seguintes objetivos:

  • congregar professores, pesquisadores, estudantes e demais interessados na área de Educação Química, envolvidos na educação básica e no nível superior, com o ensino e com a formação em Química, promovendo interações, ações e construções para participar de debates em torno dos avanços e dilemas vivenciados na Área;
  • socializar e discutir ideias e produções, na perspectiva da explicitação e da reflexão crítica sobre atuais tendências, concepções e práticas, na Área, com vistas a contribuir na construção de uma nova inserção da formação em Química na sociedade e na tecnologia contemporâneas;
  • intensificar a interlocução de grupos de pesquisa e desenvolvimento atuantes em linhas temáticas da Área da Educação Química, inter-relacionando e alimentando conhecimentos, ações e mudanças junto a comunidades, em âmbitos local, regional e nacional, incrementando e articulando contatos diversificados concernentes a produções científicas socialmente relevantes.

Intensificar a interlocução de grupos de pesquisa e desenvolvimento atuantes em linhas temáticas da área da Educação Química, inter-relacionando e alimentando conhecimentos, ações e mudanças junto às comunidades em âmbito local, regional e nacional, incrementando e articulando contatos diversificados concernentes a produções científicas socialmente relevantes.

A partir de tais objetivos, os temas propostos para debate no evento foram:
1. Currículo e Avaliação – CA
2. Ensino e Aprendizagem – EA
3. História e Filosofia da Ciência no Ensino – HC
4. Ensino em espaços não formais – EF
5. Experimentação no Ensino – EX
6. Formação de Professores – FP
7. Linguagem e Cognição – LC
8. Materiais Didáticos – MD
9. Tecnologia da Informação e Comunicação no Ensino – TIC
10. Ensino e Cultura - EC

Em 2010, o XV ENEQ será realizado em Brasília/DF, no período de 21 a 24 de julho de 2010, cabendo à Universidade de Brasília a incumbência de organizá-lo, em parceria com outras IES e com o apoio de diferentes organizações.

Estaremos durante essa semana trazendo algumas postagens sobre o que está acontecendo durante o ENEQ 2010.

Tabela Periódica

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